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HANSENÍASE: Perfil epidemiológico no Brasil e aspectos psicossociais relacionados ao curso da doença

Abstract

Introdução

A hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, que afeta principalmente os nervos periféricos e a pele, podendo causar incapacidades físicas se não tratada precocemente. Além disso, possui grande impacto na saúde pública e no bem-estar dos afetados e, por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o Brasil como prioritário para o controle da hanseníase. Assim, este estudo tem como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico da hanseníase no Brasil e investigar os aspectos psicossociais envolvidos no curso da doença.

Metodologia

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e transversal. A coleta de dados foi realizada utilizando o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre os casos de hanseníase entre 2013 e 2023 em todo o território brasileiro. Foram analisadas variáveis epidemiológicas, como número total de casos, frequência por gênero, faixa etária, raça, escolaridade e incidência por estado, além de aspectos socioeconômicos e psicossociais relevantes para o perfil da doença. Para suprir a falta de dados específicos sobre fatores socioeconômicos e psicossociais nesses sistemas, realizou-se uma revisão de literatura complementar sobre a temática.

Resultados e Conclusão

Entre 2013 e 2023, foram registrados 355.053 casos de hanseníase no Brasil, com variações significativas no número de diagnósticos ao longo dos anos, sendo mais prevalente em homens e em indivíduos adultos (30-49 anos), especialmente nas regiões Norte e Nordeste. No aspecto psicossocial, a doença ainda carrega um estigma social profundo, o que leva ao isolamento, baixa autoestima e sofrimento psicológico entre os acometidos, fatores que intensificam o impacto emocional nos pacientes, dificultando o tratamento e a reintegração social. A prevalência em áreas vulneráveis e o impacto do estigma reforçam a urgência de políticas públicas que integrem diagnóstico precoce, tratamento adequado e apoio psicossocial. Assim, o estudo destaca a importância de uma abordagem multidimensional, que promova tanto a saúde física quanto o bem-estar emocional dos acometidos.

Translated Abstract

English Abstract

Introduction

Leprosy is a chronic, infectious disease caused by Mycobacterium leprae, which primarily affects peripheral nerves and the skin, and can lead to physical disabilities if not treated early. In addition, it has a significant impact on public health and the well-being of those affected. For this reason, the World Health Organization (WHO) classifies Brazil as a priority country for leprosy control. Thus, this study aims to characterize the epidemiological profile of leprosy in Brazil and investigate the psychosocial aspects involved in the course of the disease.

Methodology

This is a quantitative, descriptive, and cross-sectional study. Data collection was carried out using the Sistema de InformaÁ„o de Agravos de NotificaÁ„o (SINAN) and the Departamento de Inform·tica do Sistema ⁄nico de Sa˙de (DATASUS), regarding leprosy cases from 2013 to 2023 across the entire Brazilian territory. Epidemiological variables such as total number of cases, distribution by gender, age group, race, education level, and incidence by state were analyzed, along with socioeconomic and psychosocial aspects relevant to the disease profile. To address the lack of specific data on socioeconomic and psychosocial factors in these systems, a complementary literature review was conducted on the topic.

Results and Conclusion

Between 2013 and 2023, 355.053 cases of leprosy were reported in Brazil, with significant variations in the number of diagnoses over the years. The disease was more prevalent among men and adults aged 30 to 49, particularly in the North and Northeast regions. From a psychosocial perspective, leprosy still carries a deep social stigma, leading to isolation, low self-esteem, and psychological distress among those affected—factors that intensify the emotional impact on patients and hinder treatment and social reintegration. The prevalence in vulnerable regions and the stigma faced by patients underscore the urgent need for public health policies that promote not only early diagnosis and proper treatment but also psychosocial support. Therefore, the study highlights the importance of a multidimensional approach that fosters both physical health and emotional well-being of affected individuals.

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Type
Journal Article
Author
Braga AA
Dumont GDM
Pacheco LT
Borges YJ