Assistência ao paciente acometido de hanseníase: como atuam médicos e cirurgiões-dentistas da Atenção Primária à Saúde?
Resumo
Estudo quantitativo, transversal, analisando o conhecimento e a atuação no cuidado e controle da hanseníase na atenção primária à saúde de Fortaleza. Entre os 366 profissionais (222 médicos e 144 dentistas), a maioria era servidor público (n=191; 52,1%), desenvolveram seus conhecimentos em hanseníase na graduação (n=275; 75,1%). Os profissionais revelaram que não há educação permanente na temática no município (n=297; 81,2%). Servidores públicos e/ou participantes em programas governamentais foram os que mais atenderam pacientes hansênicos e os que mais se capacitaram na temática. 255 profissionais consideram este é um problema de saúde em sua área (69,7%), 286 (78,1%) não participam de análises de dados epidemiológicos e 256 (69,9%) informaram não haver/desconhecer atividades educativas direcionadas à hanseníase. Nas consultas médicas, 364 profissionais (99,4%) questionavam pacientes sobre uso da medicação hansênica, 297 (81,2%) forneciam orientações de autocuidado e 210 (57,4%) não acompanham contatos adequadamente. Apesar de ações de controle da doença, há déficits em ações para avaliação de incapacidades frente às reações hansênicas. Dentistas referem despreparo para a assistência, não suspeitando do agravo em atendimentos (n=138; 95,8%) e desconhecendo ligação da doença com a Odontologia (n=129; 89,6%). Há fragilidades no planejamento de ações de controle e cuidado da doença, podendo impactar a redução da transmissão e sequelas da doença.
English Abstract
Quantitative, cross-sectional study, analyzing knowledge and performance in the care and control of leprosy in primary health care in Fortaleza. Among the 366 professionals (222 doctors and 144 dentists), the majority were public servants (n=191; 52.1%), revealed that they developed their knowledge of leprosy during graduation (n=275; 75.1%) and that there is no permanent education on the subject in the municipality (n=297; 81.2%). Public servants and/or participants in government programs were those who most attended to leprosy patients and received the most training on the subject. 255 professionals considered this a health problem in their area (69.7%), 286 (78.1%) did not participated in epidemiological data analysis and 256 (69.9%) informed to be unaware of educational activities aimed at leprosy. In medical consultations, 364 (99.4%) professionals questioned patients about the use of leprosy medication, 297 (81.2%) provided self-care guidance and 210 (57.4%) did not adequately monitor contacts. Despite actions to control the disease, there are deficits in actions to assess disabilities and combat leprosy reactions. Dentists report unpreparedness for assistance, not suspecting the problem during consultations (n=138; 95.8%) and not knowing the disease's connection with Dentistry (n=129; 89.6%). There are weaknesses in planning actions to control and care for the disease, which may impact the reduction of transmission and sequelae of the disease.
Spanish Abstract
Estudio cuantitativo, transversal, que analiza el conocimiento y el desempeño en el cuidado y control de la lepra en la atención primaria de salud en Fortaleza. Entre los 366 profesionales (222 médicos y 144 dentistas), la mayoría eran servidores públicos (n=191; 52,1%), revelaron que desarrollaron sus conocimientos en lepra durante sus estudios de pregrado (n=275; 75,1%) y que no existe educación continua sobre el tema en el municipio (n=297; 81,2%). Los servidores públicos y/o participantes de programas gubernamentales fueron quienes más atendieron a los pacientes con lepra y recibieron mayor capacitación sobre el tema. Unos 255 profesionales consideran que esto es un problema de salud en su área (69,7%), 286 (78,1%) no participan en los análisis de datos epidemiológicos y 256 (69,9%) no tienen/desconocen actividades educativas dirigidas a la lepra. En las consultas médicas, 364 (99,4%) profesionales preguntaron a los pacientes sobre el uso de medicamentos para la lepra, 297 (81,2%) brindaron orientación sobre autocuidado y 210 (57,4%) no realizaron un seguimiento adecuado a los contactos. A pesar de las acciones para controlar la enfermedad, existen déficits en las acciones para evaluar las discapacidades y abordar las reacciones de la lepra. Los dentistas informaron no estar preparados para brindar atención, no sospechar el problema durante las consultas (n =138; 95,8%) y no conocer la conexión entre la enfermedad y la odontología (n = 129; 89,6%). Existen debilidades en la planificación de las acciones de control y atención de la enfermedad, que podrían incidir en la reducción de la transmisión y secuelas de la enfermedad.