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ANÁLISE DA ANCESTRALIDADE GENÉTICA EM RONDONÓPOLIS (MT) E RIO DE JANEIRO (RJ): POPULAÇÕES BRASILEIRAS UTILIZADAS EM ESTUDOS DE ASSOCIAÇÃO COM A HANSENÍASE

Abstract
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, cujo tropismo se dá por macrófagos da pele e células de Schwann nos nervos periféricos. Evidências epidemiológicas demonstram a influência da genética do hospedeiro no desfecho da doença e na sua evolução para as diferentes formas clínicas. Estudos de associação genética do tipo caso-controle em hanseníase nem sempre são replicados em populações com diferentes perfis genéticos e alto padrão de miscigenação. Um trabalho anterior do Lahan-Fiocruz identificou associação de suscetibilidade do gene PKLR com a hanseníase na população do Rio de Janeiro, a qual não foi replicada em uma população de Rondonópolis-MT. Sugere-se que tal divergência pode ter ocorrido devido ao alto grau de heterogeneidade genética da população brasileira, decorrente da colonização entre as diferentes regiões do país. Ademais, estudos de associação em populações miscigenadas podem levar a associações espúrias. Portanto, é necessário utilizar a ancestralidade genômica a fim de eliminar o efeito de estratificação populacional e assim obter resultados mais robustos.

OBJETIVO: Assim, objetiva-se inferir a ancestralidade genética de um grupo populacional de Rondonópolis, composto por indivíduos sadios (N=351) e pacientes de hanseníase (N=384), e de 288 casos do Rio de Janeiro, além de comparar com resultados prévios da população do Rio de Janeiro.

METODOLOGIA: Para tal, a genotipagem das amostras de DNA dos indivíduos de Rondonópolis foi realizada por PCR multiplex utilizando um painel de 46 marcadores informativos de ancestralidade (AIMs) do tipo Indels, seguida da inferência da composição ancestral.

RESULTADOS: Os resultados da contribuição ancestral dos indivíduos de Rondonópolis demonstraram que não há diferenças expressivas na ancestralidade entre casos e controles de Rondonópolis, sendo elas restritas a um baixo percentual para cada composição ancestral. Em contrapartida, a população do Rio de Janeiro apresenta diferenças importantes de ancestralidade entre casos e controles. Há concordância entre os dados de etnia e ancestralidade genética na população de Rondonópolis, assim como no grupo de casos do Rio de Janeiro.

CONCLUSÃO: A homogeneidade observada indica que a população de Rondonópolis, quando considerada a ancestralidade genômica entre casos e controles é adequada para replicação de estudos de associação. Ressalta-se, ainda, a importância do uso da ancestralidade genômica como melhor alternativa à etnia para a correção dos efeitos de estratificação populacional. Os dados gerados possibilitarão melhorar o ajuste das análises dos polimorfismos genéticos associados com a suscetibilidade à hanseníase.

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Type
Thesis