Prevalência de sintomas depressivos em pacientes em tratamento de Hanseníase

A Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de evolução crônica que se manifesta, principalmente, por lesões cutâneas com diminuição de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil de origem socioeconômica e cultural, é também marcada pela repercussão psicológica gerada pelas deformidades e incapacidades físicas decorrentes do processo de adoecimento. Este artigo tem como objetivo analisar a prevalência de sintomas depressivos em pacientes em tratamento de hanseníase. Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, descritivo, documental com característica transversal, abordagem quantitativa e pesquisa de campo, com pacientes em tratamentos ativos ou que já concluíram poliquimioterápicos e/ou em episódios reacionais atendido no serviço de referência de um município da Amazônia Legal. A amostra foi por conveniência, sendo as coletas de dados realizadas com pacientes que aguardavam na sala de espera para atendimento medico, aplicando o Inventário de Depressão de Beck e análise de prontuários. Ao término do desenvolvimento do projeto observou-se dentro das condições sociodemográficas prevalece o sexo masculino, maiores de 35 anos de idade com ensino fundamental incompleto, aposentados. A pesquisa explicíta que 76% dos pacientes entrevistados apresentam reação hansênica, com sintomas depressivos associados. Pôde-se observar nessa pesquisa que não há só cicatrizes dos bacilos íntegros/fragmentados/mortos em um exame laboratorial descrito nos prontuários, foram encontradas também cicatrizes e feridas psicológicas deixadas por uma doença que tem tratamento e cura, mas que continua deixando sua lembrança marcada na pele com tristeza, em grande parte dos pacientes entrevistados. Causando inegável prejuízo à qualidade de vida de tais pacientes.

Hansen’s disease is an infectious-contagious disease of chronic evolution that is manifested mainly by skin lesions with reduced thermal, painful and tactile sensitivity of socioeconomic and cultural origin, it is also marked by the psychological repercussion generated by deformities and physical disabilities resulting from the process of illness. This article aims to analyze the prevalence of depressive symptoms in patients undergoing leprosy treatment. This is an exploratory, descriptive, documentary research with a crosssectional characteristic, quantitative approach and field research, with patients in active treatments or who have already completed multidrug therapy and/or in reactional episodes attended at the reference service of a municipality in the Amazon. The sample was for convenience, with data collection performed with patients who were waiting in the waiting room for medical care, applying the Beck Depression Inventory and analysis of medical records. At the end of the project's development, it was observed within the sociodemographic conditions the male sex prevails, over 35 years of age with incomplete elementary education, retired. The research explains that 76% of the patients interviewed have a leprosy reaction, with associated depressive symptoms. It was possible to observe in this research that there are not only scars of intact/fragmented/dead bacilli in a laboratory test described in the medical records, there were also scars and psychological wounds left by a disease that has treatment and cure, but that continues to leave its memory marked on skin with sadness, in most of the patients interviewed, causing undeniable damage to the quality of life of such patients.