Back to search
Publication

Infância isolada: política pública para a profilaxia da lepra no Maranhão (1930-1950)

Abstract

O artigo objetiva divulgar resultados parciais de investigação desenvolvida no âmbito do curso do doutorado em educação, sobre políticas públicas para a infância no Maranhão, com recorte no período do Estado Novo onde a preocupação com as epidemias que se alastravam pelo estado desencadeou práticas profiláticas para controle dos indivíduos enfermos pela Lepra. No caso das crianças, foram isoladas em preventório, denominado Educandário Santo Antonio, após os pais serem diagnosticados com a doença e institucionalizados na Colônia do Bonfim, leprosário localizado em região distante da cidade de São Luís. Com base na análise de literatura como os relatórios, decretos estaduais e bibliografia produzida por intelectuais sobre o período do governo de Paulo Martins de Souza Ramos no Maranhão, evidenciamos práticas políticas de subordinação das crianças aos anseios de uma sociedade que queria se ver livre do incômodo que elas geravam, apesar de serem filhos sadios. As interlocuções com a teoria de Erving Goffman (2008) elucidaram a institucionalização da infância como estratégia de controle, vigilância e estigmatização dos indivíduos marcados pelo sofrimento da doença sob o discurso de uma política para a profilaxia. Os resultados da pesquisa permitem constatar a construção de uma política de segregação voltada à população desvalida no Maranhão, com foco nas crianças, filhos sadios dos enfermos de Lepra, as qual foram submetidas ao trabalho e a uma educação higienista e moralizante que deixou marcas nessa geração.

Translated Abstract

The article aims to disseminate partial results of research carried out within the scope of the doctoral course in education, on public policies for children in Maranhão, with a focus on the period of the Estado Novo, where the concern with the epidemics that spread throughout the state triggered prophylactic practices to control of individuals sick with leprosy. In the case of the children, they were isolated in a preventorium, called Educandário Santo Antonio, after their parents were diagnosed with the disease and institutionalized in Colônia do Bonfim, a leper colony located in a region far from the city of São Luís. Based on the analysis of literature such as reports, state decrees, and bibliography produced by intellectuals about the period of government of Paulo Martins de Souza Ramos in Maranhão, we evidence political practices of subordination of children to the wishes of a society that wanted to get rid of the nuisance that they generated, despite being healthy children. Interlocutions with Erving Goffman’s theory (2008) elucidated the institutionalization of childhood as a strategy for control, surveillance, and stigmatization of individuals marked by suffering from the disease under the discourse of a policy for prophylaxis. The research results show the construction of a policy of segregation aimed at the underprivileged population in Maranhão, focusing on children, healthy children of leprosy patients, who were subjected to work, and a hygienist and moralizing education that left marks on this generation.

To read the English version please click here.

More information

Type
Journal Article
Author
Dutra RDMM
Giglio CMB