Epidemiological characteristics of leprosy from 2000 to 2019 in a state with low endemicity in southern Brazil
Background: Leprosy is an infectious and contagious disease caused by Mycobacterium leprae and is mainly characterized by lesions in the skin and peripheral nerves. In Brazil, it is a public health problem due to its high endemicity. However, the state of Rio Grande do Sul presents low endemicity of this disease.
Objective: To characterize the epidemiological profile of leprosy in the state of Rio Grande do Sul from 2000 to 2019.
Methods: This was a retrospective observational study. Epidemiological data were collected from the Notifiable Diseases Information System (SINAN, Sistema de Informação de Agravos de Notificação).
Results: Among the 497 municipalities in the state, 357 (71.8%) registered cases of leprosy in the assessed period, with an average of 212 (81.5%) new cases per year. The average detection rate was 1.61 new cases per 100,000 inhabitants. The male sex was predominant (51.9%) and the mean age was 50.4 years. Regarding the epidemiological clinical profile; 79.0% of the patients were multibacillary; 37.5% presented the borderline clinical form; 16% had grade 2 physical disability at diagnosis and bacilloscopy was positive in 35.4% of cases. As for treatment, 73.8% of the cases were treated with the standard multibacillary therapeutic regimen.
Study limitations: There were missing/inconsistent data in the database available.
Conclusions: The findings observed in this study indicate that the state presents a low endemicity profile of the disease and these results can support adequate health policies relevant to the reality of Rio Grande do Sul, inserted in a national scenario of highly endemic leprosy.
Fundamentos: A hanseníase é doença infectocontagiosa causada pela Mycobacterium leprae e caracterizada, principalmente, por lesões de pele e nervos periféricos. No Brasil, é problema de saúde pública devido à sua alta endemicidade. Entretanto, o estado do Rio Grande do Sul apresenta baixa endemicidade.
Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico da hanseníase no estado do Rio Grande do Sul no período de 2000 a 2019.
Métodos: Estudo observacional retrospectivo. Os dados epidemiológicos foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Resultados: Dos 497 municípios do estado, 357 (71,8%) registraram casos de hanseníase no período, com média de 212 (81,5%) casos novos ao ano. A taxa média de detecção foi de 1,61 casos novos por 100 mil habitantes. O sexo masculino foi o predominante (51,9%), e a média de idade foi de 50,4 anos. Em relação ao perfil clínico epidemiológico; 79,0% dos registros eram casos multibacilares; 37,5% com forma clínica dimorfa; 16% apresentavam grau 2 de incapacidade física no diagnóstico e a baciloscopia foi positiva em 35,4% dos casos. No tratamento, 73,8% dos casos foram tratados com esquema terapêutico multibacilar padrão.
Limitações do estudo: Dados faltantes/inconsistentes na base de dados utilizada.
Conclusões: As características observadas neste estudo mostraram que o estado apresenta perfil de baixa endemicidade da doença e os resultados poderão subsidiar políticas de saúde adequadas e pertinentes à realidade do Rio Grande do Sul, inserido em cenário nacional de alta endemia.