Avaliação dos Programas de Quimioprofilaxia Voltados para Doenças Negligenciadas e da Pobreza na América Latina
As doenças infecciosas têm um impacto profundo e histórico nas sociedades, afetando tanto a saúde quanto a estrutura social e econômica das comunidades. A Organização Mundial da Saúde destaca que as doenças infecciosas não só causam a perda de vidas, mas também altos níveis de morbidade. As estratégias de controle dessas doenças são essenciais para reduzir as desigualdades, a pobreza e o surgimento de incapacidades. A identificação dos diferentes tipos de intervenções quimioprofiláticas, é fundamental para que estas possam ser controladas, ou eliminadas. A tese foi desenvolvida através da escrita de dois estudos, que foram publicados no formato de artigos. O primeiro estudo tratou-se de uma de revisão sistemática e objetivou avaliar os programas de quimioprofilaxia existentes na América Latina. Das quinze doenças negligenciadas nas Américas listadas pela Organização Pan-Americana de Saúde, existem programas de quimioprofilaxia para a fasciolíase, filariose linfática, hanseníase, oncocercose, esquistossomose, geo-helmintíases e tracoma. Os dados encontrados, destacam o papel vital da quimioprofilaxia na saúde pública no combate as doenças como filariose, oncocercose, esquistossomose, tuberculose, hanseníase e geo-helmintíases. Portanto, a pesquisa e o aprimoramento contínuo dos regimes quimioprofiláticos, são essenciais para que assim sejam enfrentados e solucionados os obstáculos atuais, favorecendo assim cada vez mais as iniciativas globais que visam o gerenciamento e a erradicação dessas doenças. Já o segundo estudo, utilizou modelos de simulações farmacocinéticas de Monte Carlo, e teve como objetivo avaliar o efeito esperado da indução da rifampicina na depuração oral aparente dos anticoncepcionais orais, e que possuem potencial para serem utilizados na quimioprofilaxia. Observou-se que as interações medicamentosas entre os anticoncepcionais orais e a rifampicina, não são clinicamente relevantes, quando administrados como parte da profilaxia pós exposição a hanseníase. Além disso a utilização de outros métodos contraceptivos, não é necessária para a prevenção de futuras gestações. Os resultados do estudo 2, são encorajadores para as mulheres que querem prevenir a hanseníase, e que desejam continuar fazendo uso dos anticoncepcionais orais como uma forma de contracepção.
English abstract:
Infectious diseases have a profound and historical impact on societies, affecting communities' health and social and economic structure. The World Health Organization emphasizes that infectious diseases not only cause loss of life but also high levels of morbidity. Control strategies for these diseases are essential to reduce inequalities, poverty, and the emergence of disabilities. Identifying different types of chemoprophylactic interventions is fundamental for these diseases to be controlled or eliminated. The thesis was developed by writing two studies that were published in article format. The first study was a systematic review to evaluate existing chemoprophylaxis programs in Latin America. Of the fifteen neglected diseases in the Americas listed by the Pan American Health Organization, there are chemoprophylaxis programs for fascioliasis, lymphatic filariasis, leprosy, onchocerciasis, schistosomiasis, soiltransmitted helminths, and trachoma. The findings highlight the vital role of chemoprophylaxis in public health in combating diseases such as filariasis, onchocerciasis, schistosomiasis, tuberculosis, leprosy, and soil-transmitted helminths. Therefore, continuous research and improvement of chemoprophylactic regimens are essential to address and overcome current obstacles, further supporting global initiatives to manage and eradicate these diseases. The second study used Monte Carlo, pharmacokinetic simulation models. It aimed to evaluate the expected effect of rifampicin induction on the apparent oral clearance of oral contraceptives, which have the potential to be used in chemoprophylaxis. It was observed that drug interactions between oral contraceptives and rifampicin are not clinically relevant when administered as part of post-exposure prophylaxis for leprosy. Additionally, the use of other contraceptive methods is not necessary for the prevention of future pregnancies. The results of study 2 are encouraging for women who want to prevent leprosy and wish to continue using oral contraceptives as a form of contraception.