ANÁLISE ESPACIAL E ATUAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA DETECÇÃO DE HANSENÍASE EM ÁREAS DE RISCO NO PARÁ
Objective: To evaluate the effectiveness of Community Health Workers (CHWs) in identifying suspected cases of leprosy in risk areas, using spatial analysis as a support tool in the municipality of Santarém, Pará.
Methods: A cross-sectional, descriptive, and quantitative study was conducted between June and October 2019. Twenty-four CHWs from Basic Health Units (BHUs) located in low-, medium-, and high-risk areas for leprosy were included, identified through spatial analysis of data from the Notifiable Diseases Information System (SINAN, 2006-2014). The CHWs received training on leprosy and administered suspicion questionnaires during home visits (HV). Data were statistically analyzed and georeferenced in QGIS.
Results: 83% of CHWs recognized leprosy as an infectious disease, but only 50% demonstrated knowledge about transmission and contact surveillance. During the HD, 19 suspected cases were identified, 17 with skin lesions and 13 with neurological changes (pain, numbness, tingling). Spatial analysis revealed a heterogeneous distribution of leprosy, with detection rates varying between census sectors, and highlighted the non-strategic location of some CHUs, limiting access for the population.
Conclusion: Despite gaps in knowledge about transmission and surveillance, CHWs were effective in detecting suspected cases, reinforcing their role in expanding the capillarity of the health system. Spatial analysis proved essential for identifying priority areas and optimizing resource allocation. Continuous training of CHWs and integration of geospatial techniques into health surveillance strategies for leprosy control in endemic regions are recommended.
Objetivo: Avaliar a eficácia dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na identificação de casos suspeitos de hanseníase em áreas de risco, utilizando análise espacial como ferramenta de suporte no município de Santarém, Pará.
Métodos: Estudo transversal, descritivo e quantitativo, realizado entre junho e outubro de 2019. Foram incluídos 24 ACS de Unidades Básicas de Saúde (UBS) localizadas em zonas de baixo, médio e alto risco para hanseníase, identificadas por meio de análise espacial de dados do Sistema deInformação de Agravos de Notificação (SINAN, 2006-2014). Os ACS receberam treinamento sobre hanseníase e aplicaram questionários de suspeição durante visitas domiciliares (VD). Dados foram analisados estatisticamente e georreferenciados no QGIS.
Resultados: 83% dos ACS reconheceram a hanseníase como doença infectocontagiosa, mas apenas 50% demonstraram conhecimento sobre transmissão e vigilância de contatos. Durante as VD, foram identificados 19 casos suspeitos, sendo 17 com manchas cutâneas e 13 com alterações neurológicas (dor, dormência, formigamento). A análise espacial revelou distribuição heterogênea da hanseníase, com taxas de detecção variando entre setores censitários, e destacou a localização não estratégica de algumas UBS, limitando o acesso da população.
Conclusão: Apesar das lacunas no conhecimento sobre transmissão e vigilância, os ACS foram eficazes na detecção de casos suspeitos, reforçando seu papel na ampliação da capilaridade do sistema de saúde. A análise espacial mostrou-se essencial para identificar áreas prioritárias e otimizar a alocação de recursos. Recomenda-se capacitação contínua dos ACS e integração de técnicas geoespaciais nas estratégias de vigilância em saúde para controle da hanseníase em regiões endêmicas.