TY - THES AU - Rocha AF AB - A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae (M. leprae). Manifesta-se, principalmente, por lesões de pele com alteração de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, decorrentes da predileção de seu agente etiológico por células cutâneas e nervosas periféricas. No mundo, em 2018, foram reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS), 208.619 casos novos; desses, 28.660 foram notificados no Brasil, sendo o segundo país com maior número detectado. Acredita-se que a transmissão e infecção ocorram através de secreções provenientes das vias aéreas superiores, pelo contato íntimo e prolongado de indivíduo suscetível com paciente multibacilar sem tratamento, por meio da inalação dos bacilos. O tratamento preconizado pela OMS consiste na associação de três medicamentos ­ dapsona (DDS), rifampicina (RFP) e clofazimina (CLO) ­ com o objetivo de atuar na prevenção da seleção de cepas mutantes do M. leprae resistentes a uma ou mais drogas utilizadas. A ofloxacina (OFLO) é usada como esquema alternativo ao tratamento padrão, associando-se a RFP e CLO, sendo útil nos casos de resistência medicamentosa ou intolerância a uma das drogas. O bacilo não se reproduz em meios de cultura artificiais ou celulares ­ obstáculo para o avanço em estudos do patógeno. Em 1960, Charles Shepard, demonstrou pela primeira vez a multiplicação do M. leprae em coxim plantar de camundongo imunocompetente, técnica considerada marco na pesquisa do bacilo, propiciando a verificação de sua viabilidade e uma possível resistência às drogas utilizadas no tratamento da doença. O presente estudo teve como objetivo validar o método fenotípico, por meio da inoculação do bacilo em coxim plantar posterior de camundongos imunocompetentes da linhagem BALB/c (técnica de Shepard), para detecção de sensibilidade à CLO e OFLO. Os animais foram inoculados com suspensão de bacilos obtidos de camundongos nude mouse atímicos previamente infectados com a cepa Thai53, que possui perfil genético de sensibilidade às drogas, e divididos em grupo controle (não tratado), RFP (10mg/kg), CLO (50mg/kg) e OFLO (150mg/kg). Após cinco meses de inoculação e tratamento, os animais foram eutanasiados, e os coxins excisados para contagem do número de bacilos e análise histopatológica. No grupo controle, o número de bacilos recuperados foi maior que 1,0x105 /coxim, compatível com multiplicação bacilar; a análise histopatológica evidenciou infiltrado inflamatório intenso com bacilos agrupados ou em globias, íntegros e bem corados. Nos grupos tratados, não foi observada evidência de multiplicação bacilar, mostrando sensibilidade às drogas testadas; a análise histopatológica evidenciou infiltrado inflamatório discreto a moderado com ausência de bacilos. A técnica de Shepard é considerada padrão ouro para a multiplicação do bacilo, sendo fundamental para validar a identificação de novos alvos de mutação em genes determinantes da ação das drogas anti-hansênicas. Os resultados gerados no presente estudo terão grande impacto, principalmente para compreender a falha terapêutica em pacientes com recidiva que não apresentaram perfil de resistência pelos mecanismos moleculares até o momento descritos para a doença. LA - por N2 - A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae (M. leprae). Manifesta-se, principalmente, por lesões de pele com alteração de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, decorrentes da predileção de seu agente etiológico por células cutâneas e nervosas periféricas. No mundo, em 2018, foram reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS), 208.619 casos novos; desses, 28.660 foram notificados no Brasil, sendo o segundo país com maior número detectado. Acredita-se que a transmissão e infecção ocorram através de secreções provenientes das vias aéreas superiores, pelo contato íntimo e prolongado de indivíduo suscetível com paciente multibacilar sem tratamento, por meio da inalação dos bacilos. O tratamento preconizado pela OMS consiste na associação de três medicamentos ­ dapsona (DDS), rifampicina (RFP) e clofazimina (CLO) ­ com o objetivo de atuar na prevenção da seleção de cepas mutantes do M. leprae resistentes a uma ou mais drogas utilizadas. A ofloxacina (OFLO) é usada como esquema alternativo ao tratamento padrão, associando-se a RFP e CLO, sendo útil nos casos de resistência medicamentosa ou intolerância a uma das drogas. O bacilo não se reproduz em meios de cultura artificiais ou celulares ­ obstáculo para o avanço em estudos do patógeno. Em 1960, Charles Shepard, demonstrou pela primeira vez a multiplicação do M. leprae em coxim plantar de camundongo imunocompetente, técnica considerada marco na pesquisa do bacilo, propiciando a verificação de sua viabilidade e uma possível resistência às drogas utilizadas no tratamento da doença. O presente estudo teve como objetivo validar o método fenotípico, por meio da inoculação do bacilo em coxim plantar posterior de camundongos imunocompetentes da linhagem BALB/c (técnica de Shepard), para detecção de sensibilidade à CLO e OFLO. Os animais foram inoculados com suspensão de bacilos obtidos de camundongos nude mouse atímicos previamente infectados com a cepa Thai53, que possui perfil genético de sensibilidade às drogas, e divididos em grupo controle (não tratado), RFP (10mg/kg), CLO (50mg/kg) e OFLO (150mg/kg). Após cinco meses de inoculação e tratamento, os animais foram eutanasiados, e os coxins excisados para contagem do número de bacilos e análise histopatológica. No grupo controle, o número de bacilos recuperados foi maior que 1,0x105 /coxim, compatível com multiplicação bacilar; a análise histopatológica evidenciou infiltrado inflamatório intenso com bacilos agrupados ou em globias, íntegros e bem corados. Nos grupos tratados, não foi observada evidência de multiplicação bacilar, mostrando sensibilidade às drogas testadas; a análise histopatológica evidenciou infiltrado inflamatório discreto a moderado com ausência de bacilos. A técnica de Shepard é considerada padrão ouro para a multiplicação do bacilo, sendo fundamental para validar a identificação de novos alvos de mutação em genes determinantes da ação das drogas anti-hansênicas. Os resultados gerados no presente estudo terão grande impacto, principalmente para compreender a falha terapêutica em pacientes com recidiva que não apresentaram perfil de resistência pelos mecanismos moleculares até o momento descritos para a doença. PB - Instituto Lauro de Souza Lima PY - 2021 TI - Validação de modelo murino para avaliação da atividade antibacteriana de ofloxacina e clofazimina contra o Mycobacterium leprae ER -