03703nas a2200109 4500000000100000008004100001260003500042100001700077245013300094856008000227520328600307 2021 d bUniversidade Federal do Ceará1 aLinhares MSC00aPADRÃO DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E A ESTRUTURA DE REDE SOCIAL DOS CASOS DE HANSENÍASE EM MENORES DE 15 ANOS EM SOBRAL, CEARÁ uhttp://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/59242/3/2021_tese_msclinhares.pdf3 aA hanseníase, doença causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, permanece ainda, resistente às estratégias para sua eliminação como um problema de saúde pública no mundo. Estudos com técnicas de análise espacial e de redes sociais vêm sendo utilizados para ampliar o conhecimento e a compreensão da dinâmica da transmissão da doença em áreas hiperendêmicas. O objetivo geral deste estudo foi analisar o padrão da distribuição espacial e a estrutura de rede social dos casos de hanseníase em menores de 15 anos em Sobral - Ceará, no período de 2014 a 2015. Trata-se de uma pesquisa descritiva e transversal, com emprego de técnicas de análise espacial e Análise de Rede Social (ARS), conduzida em Sobral, município do estado do Ceará. A população da pesquisa foi composta de menores de 15 anos com hanseníase (casos índice), identificados nos serviços públicos de saúde a partir de demanda espontânea ou por busca ativa nos domicílios de áreas de hiperendemicidade e, ainda, na triagem de casos de hanseníase em escolas públicas do município e dos seus contatos domiciliares (CD) e contatos não domiciliares (CND). Para a coleta de dados, além de um questionário aplicado aos participantes, fez-se exame clínico da pele, esfregaço cutâneo e biópsia da lesão para os casos positivos. Foi solicitado um teste rápido para a detecção de anticorpos específicos contra o M. leprae para todos os entrevistados. Foram estudados nove casos novos de hanseníase em menores de 15 anos diagnosticados entre agosto de 2014 e setembro de 2015 e um total de 151 contatos, dos quais 36 eram CD e 115 CND. Cada caso índice apresentou 10 a 29 contatos, incluindo CD e CND. Na sequência, cada CD relatou ter contato regular com seis a trinta pessoas e cada CND relatou ter contato regular com seis a 23 pessoas. Os contatos nomeados pelos CD e CND, formaram os contatos indiretos (CI) dos casos índice e não foram entrevistados. Na análise espacial, constatou-se que os casos índice e seus contatos não domiciliares concentraram-se em áreas pobres e hiperendêmicas do município. A análise espacial, revelou, ainda, um agrupamento de infecção subclínica em um raio de 102 metros, sugerindo que a transmissão não domiciliar está relacionada à proximidade com indivíduos soropositivos. Na ARS, os casos índice e seus contatos geraram uma rede de 664 pessoas com 1.497 ligações entre eles, incluindo os contatos indiretos. Os casos índice e seus contatos sociais constituem nove subredes, com pessoas fortemente conectadas entre si e com condições socioeconômicas precárias. Casos índice, contatos domiciliares e sociais com relato de hanseníase e/ ou com a infecção subclínica causada pelo M. leprae, destacaram-se na rede social pelos altos valores da centralidade de grau e de intermediação que apresentaram. O estudo mostrou que a hanseníase está presente tanto nos contatos domiciliares como nos contatos não domiciliares e que estes vivem em sub-redes com características de rede de “mundo pequeno”, com baixa condição socioeconômica e pouca escolaridade. A investigação dos contatos deve se estender para além do domicílio, pautando-se nas redes sociais do caso.