Introdução: A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae. E apesar do tratamento ser disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), esta infecção ainda é um importante problema de saúde pública no Brasil, especialmente em populações em situações de vulnerabilidades socioeconômicas da região Norte. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi investigar a influência de fatores demográficos e socioeconômicos, como sexo, idade, etnia e nível educacional, na incidência da hanseníase, e descrever as formas clínicas diagnosticadas nas populações da região metropolitana de Belém.
Métodos: Foram coletados dados de Hanseníase provenientes do DATASUS, entre os anos de 2014 e 2023. As variáveis foram avaliadas pelo teste do qui-quadrado com correção de Bonferroni, teste G com correção de Williams, e pelo teste de análise de variância (ANOVA), considerando o valor de p ≤ 0,05 como estatisticamente significantes.
Resultados: Houve maior prevalência e coeficiente de incidência no município de Marituba, com 55.2 % dos casos notificados entre 2014 e 2023. Além disso, no sexo masculino foi encontrada uma frequência significativamente maior de incidência (p = 0.003), com idade entre 30 e 49 anos, com baixo nível educacional, com autodeclaração de cor parda, e as formas clínicas mais prevalentes foram a multibacilar, e suas formas correspondentes segundo a classificação de Madri (dimorfa e virchowiana).
Conclusão: É possível entender que, em Belém e sua região metropolitana houve predominância de forma multibacilar, acometendo principalmente homens em idade socioeconomicamente ativa, com baixa renda e escolaridade, autodeclarados pardos.
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